2.3 - MACRO-REGIÕES E COREDES EM NÚMEROS

 

Disponibilizamos abaixo algumas informações sobre a estrutura e desempenho econômicos das 4 Macro-Regiões do Estado (lista para download) com as quais vimos trabalhando (Nordeste 1, Nordeste 2, Norte e Sul) e sobre as 22 regiões organizadas em COREDEs. As Macro-Regiões do estado foram redefinidas, utilizando neste trabalho a mesma classificação da consultoria que produziu o relatório "Desenvolvimento Regional, Cultura Política e Capital Social" para a Assembléia Legislativa do Estado.

Os dados disponibilizados para as Macro-Regiões (Tabela 3.1) são aqueles que nos pareceram mais expressivos das disparidades entre as mesmas. Em particular, parece-nos ilustrativa a disparidade de densidade econômica (PIB/Km2) e densidade populacional (Pop./Km2) das quatro macro-regiões. Da mesma forma – ainda que a discrepância não seja tão expressiva -, é digna de nota as diferenças na relação Microempresas/Habitantes, bem como na relação Empregos Formais / Habitantes.

Os dados disponibilizados para os COREDEs (Tabela 3.2, Tabela 3.3 e Tabela 3.4) são mais detalhados, buscando apoiar eventuais políticas de desenvolvimento regional de corte endógeno. Para tanto, procuramos evidenciar, na Tabela 3.2, as disparidades de desempenho econômico global e de estrutura econômica; na Tabela 3.3, apresentamos a distribuição regional dos distinto setores industriais; e, na Tabela 3.4, a distribuição regional dos principais produtos da agropecuária gaúcha.

Os índice utilizado para avaliar o grau de especialização de cada região nos diversos segmentos da indústria e da produção agropecuária é o chamado "Quociente de Localização". Este quociente toma como referência (e denominador) a especialização da macro-região em estudo (no nosso caso, o Rio Grande do Sul), a qual é comparada com a especialização da micro-região considerada (cada uma das regiões-COREDEs). A medida de especialização varia. No caso da indústria, utilizamos como medidas de especialização do estado (denominador) e da região (numerador) a relação entre o número de trabalhadores empregados no setor "x" qualquer / número de trabalhadores empregados no conjunto da indústria de transformação. De forma que o Quociente de Localização tem a seguinte expressão:

N° de Tr no setor x da região i
N° de Tr industriais da região i
__________________________

N° de Tr no setor x do RS
N° de Tr industriais do RS

 

No caso da Agropecuária, a medida de especialização não é tão simples. E isto porque não é possível definir com precisão o número de trabalhadores que operam em cada cultura, dada a sazonalidade e a pluratividade que caracteriza a atividade rural. Além disso, não dispomos de informações seguras sobre o valor agregado e/ou sobre o faturamento de cada região com a venda dos diversos produtos agropecuários. De forma que temos de montar um índice híbrido, cuja representatividade depende da consistência (ou não) de duas "hipóteses fortes" que somos obrigados a fazer: 1) a de que os preços dos diversos produtos agropecuários são essencialmente uniformes nas diversas regiões do estado; 2) que a estrutura de custos e de agregação de valor são essencialmente uniformes entre as diversas regiões do estado. Estas hipóteses (insistimos: fortes e muito provavelmente, irrealistas no caso de alguns produtos), nos permitem tomar a quantidade produzida em cada região como proxy do faturamento e do valor agregado global gerado por cada produto. De tal forma que a relação "quantidade produzida do bem x na região y / valor agregado da agropecuária na região y" torna-se o numerador do nosso quociente de localização; enquanto o denominador é esta mesma relação tomada para o RS.

Desnecessário esclarecer que, tanto no caso da indústria, quanto no caso da agropecuária, um quociente de localização igual ou inferior à unidade revela que a região tem um grau de especialização naquele produto e/ou setor inferior ao grau de especialização do conjunto do estado. Diferentemente, no caso do QL ser superior à unidade, o produto e/ou setor revela ter, para a região, uma importância relativa (no emprego industrial, ou no valor agregado agrícola) superior à sua importância para o conjunto do estado. Assim sendo, qualquer política estadual de fomento à demanda e/ou de estímulo à produção daqueles bens para os quais a região x apresenta um QL superior à unidade, é uma política que tende a estimular o desenvolvimento da economia regional frente as demais.

Disponibilizamos ainda a Tabela 3.5 que expõe a evolução da participação, na população total do estado do Rio Grande Sul, das 3 Macro-Regiões em que, tradicionalmente, divide-se nosso território (Sul, Norte e Nordeste). A relevância desta estatística é que ela expressa a capacidade relativa das regiões de atraírem produtores; uma função direta do dinamismo e qualidade de vida das mesmas. Neste sentido, mostra-se particularmente reveladora a queda persistente (até os anos 80) da participação demográfica da Região Sul. Igualmente importante é a reversão de tendência na Macro Norte, que foi receptora líquida de população até os anos 50, estabiliza sua participação de 50 a 60, entrando em queda cada vez mais acelerada a partir dos 70.

Por fim, disponibilizamos três tabulações voltadas à identificação das principais especializações agrícolas e industriais dos 22 Coredes. A Tabela 3.6 apresenta o número de atividades industrias em que cada região apresenta QL maior do que 2 e as duas atividades em que a região apresenta maior especialização. Na Tabela 3.7 estão listadas as regiões que apresentam sequências de especialização (para maiores detalhes, Síntese dos Resultados) e o setor industrial que nucleia a maior sequência. Na Tabela 3.8 são informados o número de produtos agropecuários em que cada região apresenta QL maior do que 2, e os três produtos de maior especialização relativa.

 

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